Mesmo que você nunca tenha ouvido o termo “biohacking“, também conhecido como biologia DIY, ou DIYBio, provavelmente já deve visto, em algum documentário ou em notícias, sobre Steve Mann, considerado o pai da wearable computing (ou computação vestível). Mann trabalhou em vários projetos de realidade aumentada. Um de seus dispositivos se parece com um Google Glass, mas, na verdade, é anexado permanentemente ao crânio com a ajuda de vários parafusos.
O biohacking é um termo extremamente amplo e amorfo que pode abranger uma enorme variedade de atividades. Biohacking, como o próprio termo indica, reflete uma combinação de biologia e hacking.
Os wearable gadgets, ou, traduzindo ao pé da letra, “dispositivos vestíveis”, como o Google Glass ou os relógios inteligentes, estão incluídos no biohacking, assim como algo mais radical, como os implantes corporais.
IMPLANTES CORPORAIS
Nesta tecnologia, os indivíduos podem implantar em seus corpos dispositivos para alcançar certos objetivos, que podem incluir melhorar a força física, aceder a determinados locais ou aumentar a memória cerebral. Com o avanço da tecnologia, o biohacking está a ficar popular a cada dia. Ele administra o uso de vários métodos, como técnicas médicas, nutricionais ou mesmo eletrónicas.
O movimento de biohacking está a tornar a pesquisa científica acessível a todos sob a forma de laboratórios comunitários de baixo custo. Estes laboratórios de biohacking, também chamados de hackerspaces ou hacklabs, costumam ser instalados em garagens ou armazéns, com equipamentos usados comprados on-line. Dentro desses laboratórios não convencionais, qualquer pessoa interessada em ciência pode realizar experimentos e aprender fazendo.
Alguns biohackers têm doutorado em ciências; outros são amadores completos mas, segundo disse Ron Shigeta, CSO da Indie BIO, “A ideia toda de biohacking é que as pessoas se sentem autorizadas, sentem a capacidade de seguir sua curiosidade – para onde deveria ir – e realmente chegar ao fundo de algo que desejam entender.“.
ALGUNS TIPOS
Magnético
Pequenos chips magnéticos podem ser inseridos nas mãos ou nos dedos para detetar a localização de um objeto próximo ou para pegar objetos pequenos. O biohacker Rich Lee implantou ímãs em seus ouvidos que funcionam como fones de ouvido ocultos.
RFID
Esses chips podem ser implantados dentro dos seres humanos para permitir que eles interajam com os dispositivos eletrônicos. Você pode desbloquear portas, computadores e muitos outros gadgets. Kevin Warwick, professor de cibernética do Reino Unido, foi a primeira pessoa a implantar um chip RFID na mão. Poderá ler mais sobre o RFID na edição 6104 do Jornal Correio da Feira.
Tatuagens eletrónicas
Embora estes não sejam realmente implantes, ainda trazem integração entre o corpo humano e a tecnologia. Esses tipos de tatuagens podem coletar os dados biométricos do corpo através do suor e monitorizar a frequência cardíaca, que é então enviada ao dispositivo desejado.
O biohacking começa a aparecer com mais frequência nas manchetes e, recentemente, em uma fascinante série da Netflix chamada Unnatural Selection.
* Publicado na edição nº 6130 do Jornal Correio da Feira.Partilhe no Facebook